Direitos do Trabalhador em Câmara Fria: Descubra Agora!

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Direitos do Trabalhador em Câmara Fria: Descubra Agora!
Resumo em tópicos

Você sabe quais são os direitos do trabalhador quer exerce suas atividades em câmara fria ou frigorífica?

Agora você terá uma ótima oportunidade de conhecer todos esses direitos e verificar se está deixando de receber alguma verba trabalhista.

Sabe-se que a atividade em câmara fria é extremamente prejudicial a saúde.

Por essa razão, a legislação trabalhista garante uma série de benefícios a esse trabalhador.

Se você quer conhecer seus direitos e garantir que não está sendo prejudicado, confira agora as informações a seguir.

O que é uma câmara fria?

O que é uma câmara fria?
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A Câmara Fria é um espaço fundamental para a conservação de produtos perecíveis que necessitam de um controle rígido de temperatura.

Utilizada em setores alimentícios e farmacêuticos, esta área garante a qualidade e a segurança dos alimentos e medicamentos que chegam ao consumidor.

Basicamente, a Câmara Fria é um ambiente essencial para a conservação de produtos perecíveis.

Todavia, é importante que as empresas estejam cientes dos riscos envolvidos e tomem medidas para garantir a segurança e a saúde de seus colaboradores.

Normalmente, o trabalho realizado em câmara frigorífica acontece em uma temperatura entre 0º e 18º graus para refrigeração, e abaixo de 0º graus para congelamento.

Por isso, investir em EPIs e promover pausas ao longo das atividades são algumas das medidas que podem ser adotadas para prevenir acidentes e doenças ocupacionais.

Quais são os riscos de trabalhar em uma câmara fria?

É importante lembrar que os colaboradores que trabalham em ambientes com baixas temperaturas também estão expostos a riscos.

São exemplos de ambientes que possuem câmaras frias açougues, mercados, grandes farmácias, portos, caminhões contêineres, indústrias de laticínios, áreas específicas de hospitais e outros locais.

Em todos esses casos, os trabalhadores podem sofrer com doenças ocupacionais e acidentes de trabalho devido à exposição intensa ao frio.

Além disso, é crucial destacar que os riscos associados às baixas temperaturas também estão relacionados ao tempo de exposição.

Por isso, é recomendável que as equipes façam pausas ao longo das atividades para evitar problemas de saúde.

Quando exposto ao frio, nosso organismo entra em vasoconstrição e há uma redução da circulação sanguínea como forma de proteção.

Além disso, uma exposição prolongada pode resultar em doenças ocupacionais, como a Síndrome de Raynaud, e acidentes de trabalho.

Por isso, as empresas que utilizam a Câmara Fria devem investir em equipamentos de proteção individual (EPI) adequados para os trabalhadores que estão nesses ambientes.

O uso de EPI é obrigatório e, caso ocorra um acidente e o trabalhador não esteja utilizando o equipamento adequado, a empresa pode ser responsabilizada judicialmente.

Quais doenças ocupacionais podem surgir no trabalhador em decorrência do contato com câmara fria?

A exposição prolongada em ambientes de baixa temperatura, como em Câmaras Frias, pode causar doenças ocupacionais que acabam com a saúde dos trabalhadores.

Por isso, é essencial que sejam tomadas medidas preventivas para evitar essas complicações, tais como a utilização do EPI para Câmara Fria e outras Medidas de Controle de Risco.

Entre os exemplos de doenças ocupacionais mais comuns causadas pela exposição às baixas temperaturas, podemos citar:

  • as úlceras, que são pequenas lesões na pele que podem causar dores intensas e até mesmo bolhas;
  • a hipotermia que é uma consequência grave que pode levar ao coma ou morte, uma vez que o corpo perde a sensibilidade e a força muscular, a capacidade de percepção;
  • o pé de sofrimento, que acomete trabalhadores que ficam com os pés expostos a água fria ou locais úmidos, causando estagnação do sangue e consequente paralisação dos pés e pernas;
  • o fenômeno de Raynaud também é uma doença que ocorre devido à diminuição da circulação sanguínea nos dedos, deixando-os azulados e insensíveis, com sensação de dormência.
  • por fim, a perniose é uma condição que ocorre quando alguma parte do corpo sofre congelamento, causando queimaduras e dor intensa.

Neste último, o tratamento é complicado e bastante demorado, sendo uma das consequências mais graves da exposição prolongada em ambientes de baixa temperatura.

Por isso, é fundamental que as empresas e colaboradores tomem medidas preventivas para evitar essas doenças ocupacionais, garantindo a saúde e a segurança dos trabalhadores.

Trabalhador em câmara fria recebe adicional insalubridade?

Trabalhador em câmara fria adicional insalubridade
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A resposta é sim. Segundo a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a exposição ao frio é uma condição insalubre.

Portanto, os trabalhadores que exercem atividades em câmaras frias têm direito a um adicional de insalubridade.

Esse adicional é pago em razão do risco que o trabalhador corre ao realizar suas atividades em ambientes negativos à saúde.

O percentual do adicional de insalubridade depende do grau de exposição do trabalhador ao agente insalubre.

No caso da exposição ao frio, o adicional pode ser de 20%, 30% ou 40% sobre o salário mínimo, dependendo da temperatura e do tempo de exposição.

Desse modo, se você é um trabalhador que lida com câmaras frias, saiba que tem direito a receber mensalmente o adicional de insalubridade.

E se a sua empresa não estiver pagando seu adicional insalubridade, busque seus direitos por meio de um advogado trabalhista.

Quando o trabalhador que atua em câmara fria não recebe o adicional periculosidade?

Apesar de ser raro, quando o EPI neutralizar em 100% os danos à saúde do trabalhador em razão do contato frio excessivo da câmara, ele não receberá o adicional.

Como saber se o trabalhador tem direito ao adicional de insalubridade?

Para saber se o trabalhador tem direito a esse adicional, é necessário avaliar as condições do ambiente de trabalho e as atividades realizadas.

No caso dos trabalhadores que têm contato com a câmara fria, por exemplo, é necessário verificar se a temperatura do ambiente está abaixo do limite considerado seguro.

Além disso, deve verificar-se se o trabalhador utiliza equipamentos de proteção individual para evitar doenças ocupacionais.

A avaliação do direito ao adicional de insalubridade é feita por profissionais habilitados, como engenheiros de segurança do trabalho e médicos do trabalho, por meio de laudos técnicos elaborados.

Caso constate-se que o trabalhador exerce atividades em condições insalubres, ele terá direito ao adicional de insalubridade sobre o salário mínimo.

O valor do adicional varia de acordo com o grau de insalubridade, que pode ser mínimo (10%), médio (20%) ou máximo (40%).

É importante destacar que a empresa é responsável por garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável para seus funcionários, e deve tomar medidas preventivas de segurança.

Quais equipamentos de proteção individuais o trabalhador em câmara fria deve receber?

Para garantir a segurança e o bem-estar dos trabalhadores em câmaras frias, é necessário o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI).

Esses equipamentos são projetados para proteger o corpo humano contra os riscos à saúde e à integridade física, incluindo uma exposição ao frio intenso.

Entre os equipamentos de proteção individual utilizados em câmaras frias, podemos destacar:

  • Botas térmicas: Esses equipamentos são projetados para manter os pés aquecidos e secos, evitando o incidente de doenças ocupacionais, como o pé de imersão.
  • Luvas térmicas: Elas protegem as mãos contra o frio intenso e o contato com objetos gelados, prevenindo lesões e doenças ocupacionais.
  • Jaquetas térmicas: Esses equipamentos são confeccionados com materiais isolantes, que mantêm a temperatura do corpo estável e evitam a perda excessiva de calor.
  • Máscaras térmicas: Elas são especialmente importantes para os trabalhadores que realizam atividades que estimularam a força muscular por meio da boca, evitando a gripe respiratória.

Além desses EPIs, é importante que os trabalhadores recebam treinamentos e orientações sobre como utilizá-los corretamente e como realizar as atividades em câmaras frias de forma segura.

Trabalhador em câmara fria tem direito a um intervalo para descanso especial?

Esse intervalo trata-se de uma pausa durante a jornada de trabalho, isto é, dentro do horário de expediente.

E mais, esse intervalo não interfere no horário de almoço que também deve ser concedido, esse intervalo especial é diferente do horário de almoço.

O trabalhador em câmara fria tem direito ao intervalo intrajornada especial de 20 minutos para recuperação térmica, a cada 1:40h de trabalho consecutivo.

Durante este intervalo, o trabalhador deverá sair da câmara e tirar 20 minutos de intervalo em um ambiente de temperatura normal.

É importante ressaltar que considera-se esse intervalo como tempo de trabalho, ou seja, o trabalhador deve receber remuneração normal durante esse período.

Se não houver intervalo, o trabalhador deve receber indenização desse período como hora extra.

Sendo assim, isso implicaria no pagamento, de natureza indenizatória, do período suprimido, com acréscimo de 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho.

Quem trabalha em câmara fria tem direito a aposentadoria especial?

Sim, os trabalhadores que atuam em contato com câmara fria, de qualquer natureza, poderão ter suas atividades reconhecidas como especiais.

Para ter direito à aposentadoria especial, o trabalhador que atua em câmaras frias deve comprovar uma exposição habitual e permanente às baixas temperaturas.

A aposentadoria especial é um benefício concedido ao trabalhador que exerce atividade exposta a agentes negativos à saúde, como é o caso da exposição a baixas temperaturas em câmaras frias.

É importante ressaltar que o benefício de aposentadoria especial garante ao trabalhador uma redução no tempo de contribuição para a previdência social.

Assim, ela permite a aposentadoria com menos anos de trabalho do que o exigido para as outras modalidades de aposentadoria.

Por isso, o trabalhador em câmara fria pode se aposentar quando obtiver:

  • 55 anos de idade + 15 anos de atividade especial em grau máximo de risco
  • 58 anos de idade + 20 anos de atividade especial em grau médio de risco
  • 60 anos de idade + 25 anos de atividade especial em grau mínimo de risco

Para ambientes considerados insalubres em grau máximo, o tempo mínimo exigido é de 15 anos.

Já para ambientes insalubres em grau médio, o tempo mínimo exigido é de 20 anos.

Bem como, para insalubridade em grau mínimo, o tempo mínimo exigido é de 25 anos.

Como comprovar insalubridade em razão de exposição a câmara fria?

Infelizmente, apesar da exposição a longo prazo ao frio ser considerada atividade insalubre , nem sempre o INSS concede a aposentadoria especial do segurado.

Isso acontece porque, às vezes, o segurado não consegue comprovar que efetivamente trabalhou todo o tempo necessário em ambiente insalubre.

Nesses casos, é preciso que o trabalhador entre com uma ação judicial por meio de um advogado para ver reconhecido seu direito à aposentadoria especial.

Basicamente, o objetivo principal dessa ação será comprovar a sua exposição a um ambiente de trabalho insalubre por determinado tempo.

Os principais documentos que comprovam a atividade especial são os seguintes:

  • Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS;
  • Laudo de Condições Ambientais de Trabalho – LTCAT;
  • Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP.

Um dos principais documentos para comprovação da exposição ao agente insalubre, é o PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário do empregado.

Nesse documento devem constar todas as condições relativas ao ambiente de trabalho, em especial, quais agentes nocivos a saúde do trabalhador estão presentes nele.

Por outro lado, em um processo trabalhista que visa cobrar do empregador o pagamento do adicional insalubridade, você poderá comprovar a insalubridade por meio da:

  • Perícia técnica;
  • Prova testemunhal;
  • Processos de aposentadoria de outros funcionários semelhantes a sua situação;
  • Processos trabalhistas contra a empresa que já teve laudo de atividade insalubre.

Constatando a insalubridade, o empregador deverá pagar todos os valores correspondentes ao adicional de insalubridade que não pagou durante o contrato de trabalho.

Conclusão

Em conclusão, é um direito do trabalhador receber o adicional de insalubridade por trabalhar em câmara fria.

Infelizmente, muitos empregadores negligenciam essa obrigação, o que acaba prejudicando o trabalhador, que perde dinheiro por ausência de pagamento.

É importante ressaltar que a ausência do pagamento do adicional de insalubridade pode gerar sérios problemas para a saúde do trabalhador, bem como para a sua qualidade de vida.

Para resolver essa situação, é recomendável buscar ajuda de um advogado trabalhista especialista, que pode orientar o trabalhador sobre os seus direitos e como proceder para reivindicá-los.

É importante lembrar que o trabalhador não pode sofrer retaliações ou prejuízos por exigir o pagamento do adicional de insalubridade, uma vez que se trata de um direito previsto em lei.

A contratação de um advogado pode ser uma solução eficaz para garantir que o trabalhador receba o que lhe é devido e que seus direitos sejam respeitados.

Não hesite em buscar orientação jurídica caso esteja passando por essa situação.

No mais, espero que tenha gostado do meu conteúdo, amigo trabalhador.

Um abraço, e até a próxima!

Qualquer dúvida, fique a vontade para entrar em contato conosco, conversando diretamente com advogado trabalhista.

Leia mais sobre direitos do trabalhador.

Adv. Alfredo Negreiros
Advogado Alfredo Negreiros, inscrito na OAB/CE sob o número 43.475. Especialista e pesquisador em Direito do Trabalho. Entusiasta de atividades físicas, apreciador de café, dedicado à família e amante de bons vinhos.
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