Você já se perguntou o que aconteceria se seu contrato como jogador de futebol fosse rescindido hoje? Seus direitos do jogador de futebol na rescisão estão sendo respeitados ou você pode estar deixando milhares de reais na mesa?
A cada temporada, centenas de atletas enfrentam rescisões contratuais e muitos deles perdem direitos valiosos simplesmente por desconhecerem a legislação que os protege.
Enquanto você se dedica aos treinos e jogos, clubes e empresários podem estar se aproveitando da sua falta de informação para economizar às suas custas.
Imagine treinar incansavelmente, sacrificar momentos com sua família e, na hora de ter seus direitos respeitados em uma rescisão, descobrir que poderia ter recebido até 400 vezes o valor do seu salário mensal como indenização.
Isso não é exagero, é o que a Lei Geral do Esporte garante em determinadas situações!
A verdade que muitos dirigentes não querem que você saiba é que o jogador de futebol possui proteções específicas na legislação brasileira.
Enquanto os clubes contam com departamentos jurídicos completos, muitos atletas enfrentam sozinhos momentos cruciais de suas carreiras, como a rescisão contratual.
Mas você não está mais sozinho nessa batalha.
Neste guia completo, vou revelar todos os direitos que você tem na rescisão do seu contrato como jogador de futebol.
Desde a cláusula compensatória desportiva até o direito de imagem, passando por verbas rescisórias e casos de atraso salarial, tudo explicado de forma clara e direta, para que você possa se proteger contra abusos e garantir o que é seu por direito.
Prepare-se para descobrir como a Lei Geral do Esporte (Lei nº 14.597/2023) revolucionou seus direitos e como você pode usá-la a seu favor quando o assunto é rescisão contratual no futebol.
O que é a Rescisão do Contrato de Jogador de Futebol e sua Natureza Jurídica

A rescisão do contrato de jogador de futebol é o encerramento antecipado do vínculo empregatício entre o atleta e o clube, antes do prazo originalmente estabelecido.
Diferentemente dos contratos de trabalho comuns, os contratos de jogadores de futebol possuem natureza jurídica especial, regidos por legislação específica.
O contrato do jogador de futebol é regulamentado principalmente pela Lei Geral do Esporte (Lei nº 14.597/2023), que substituiu parcialmente a antiga Lei Pelé.
Esta legislação reconhece a especificidade da profissão e estabelece direitos e deveres próprios para atletas profissionais.
Características Especiais do Contrato de Jogador de Futebol:
- Prazo determinado: Diferente dos contratos de trabalho comuns, o contrato do jogador de futebol é sempre por prazo determinado, podendo variar de 3 meses a 5 anos.
- Registro obrigatório: Todo contrato deve ser registrado na entidade de administração do desporto (CBF), o que garante segurança jurídica e transparência.
- Cláusulas financeiras obrigatórias: A lei exige a presença de cláusulas compensatória e indenizatória para proteger ambas as partes em caso de rescisão antecipada.
- Direito de imagem: Além do salário, o jogador pode receber por uso de sua imagem, com limitação legal de até 50% da remuneração total.
A natureza jurídica desse contrato é híbrida, combinando elementos trabalhistas e desportivos. Por isso, em caso de rescisão, aplicam-se tanto as regras da CLT quanto as disposições específicas da Lei Geral do Esporte, prevalecendo estas últimas quando houver conflito.
Tipos de Rescisão Contratual no Futebol

No universo do futebol profissional, existem diferentes modalidades de rescisão contratual, cada uma com suas particularidades e consequências jurídicas.
Conhecer cada tipo é fundamental para que o jogador saiba exatamente quais direitos pode reivindicar.
1. Rescisão por Término do Prazo Contratual
Ocorre quando o contrato chega naturalmente ao seu fim, sem renovação. Neste caso:
- O jogador fica livre para assinar com qualquer clube
- Não há pagamento de cláusulas indenizatórias ou compensatórias
- O atleta tem direito às verbas rescisórias trabalhistas comuns (saldo de salário, férias proporcionais, 13º proporcional e FGTS)
2. Rescisão por Acordo Mútuo
Quando clube e jogador concordam em encerrar o contrato antecipadamente:
- As condições são negociadas livremente entre as partes
- Geralmente envolve uma indenização menor que a prevista nas cláusulas contratuais
- É recomendável formalizar o acordo por escrito, com assistência jurídica
3. Rescisão Unilateral por Iniciativa do Clube (Sem Justa Causa)
Quando o clube decide dispensar o jogador antes do término do contrato, sem que o atleta tenha dado motivo para isso:
- O clube deve pagar a cláusula compensatória desportiva
- O valor pode chegar a 400 vezes o salário mensal do jogador
- Além disso, são devidas todas as verbas rescisórias trabalhistas
- O jogador fica livre para assinar com qualquer outro clube imediatamente
4. Rescisão Unilateral por Iniciativa do Jogador (Sem Justa Causa)
Quando o jogador decide deixar o clube antes do término do contrato, sem motivo legalmente justificável:
- O atleta deve pagar a cláusula indenizatória desportiva ao clube
- O valor é negociado no contrato e pode ser bastante elevado
- Esta cláusula funciona como proteção ao investimento feito pelo clube no atleta
5. Rescisão por Justa Causa
Pode ser iniciada pelo clube (quando o jogador comete falta grave) ou pelo jogador (quando o clube descumpre obrigações essenciais):
Quando iniciada pelo clube:
- O jogador perde o direito à cláusula compensatória
- Recebe apenas saldo de salário e férias vencidas
- Pode contestar judicialmente se considerar injusta a decisão
Quando iniciada pelo jogador (rescisão indireta):
- Ocorre principalmente em casos de atraso salarial superior a 2 meses
- O jogador mantém o direito à cláusula compensatória
- Fica livre para assinar com outro clube imediatamente
Cada tipo de rescisão tem implicações financeiras e profissionais significativas, por isso é essencial contar com orientação jurídica especializada para tomar a melhor decisão em cada caso.
Cláusulas Financeiras Obrigatórias nos Contratos

A Lei Geral do Esporte determina que todo contrato de jogador de futebol deve conter cláusulas financeiras específicas para situações de rescisão antecipada.
Estas cláusulas são fundamentais para proteger tanto o atleta quanto o clube em caso de rompimento do vínculo antes do prazo estipulado.
Cláusula Compensatória Desportiva
Esta cláusula protege o jogador quando o clube decide rescindir o contrato unilateralmente, sem justa causa:
- Valor máximo legal: até 400 vezes o salário mensal do atleta
- Valor mínimo legal: o total de salários mensais a que o jogador teria direito até o fim do contrato
- Natureza jurídica: indenizatória, não incidindo encargos trabalhistas
- Pagamento: pode ser feito à vista ou parcelado, conforme negociação
A cláusula compensatória representa uma proteção essencial ao jogador, garantindo sua estabilidade financeira após uma dispensa inesperada. O valor exato é definido no momento da assinatura do contrato e deve constar expressamente no documento.
Cláusula Indenizatória Desportiva
Esta cláusula protege o clube quando o jogador decide rescindir o contrato unilateralmente, sem justa causa:
- Valor: livremente pactuado entre as partes, sem limite máximo estabelecido em lei
- Finalidade: ressarcir o clube pelo investimento feito no atleta
- Aplicação: principalmente em casos de transferências para outros clubes
- Pagamento: geralmente assumido pelo novo clube contratante
É comum que esta cláusula tenha valores diferentes para transferências nacionais e internacionais, sendo geralmente mais elevada para transferências ao exterior.
Exemplo Prático:
Um jogador com salário mensal de R$ 50.000,00 e contrato por 3 anos pode ter:
- Cláusula compensatória: até R$ 20 milhões (400 x R$ 50.000,00)
- Cláusula indenizatória: valor negociado livremente, podendo chegar a dezenas de milhões para transferências internacionais
Atenção aos Detalhes!
É fundamental verificar como estas cláusulas estão redigidas no contrato. Alguns pontos importantes:
- A base de cálculo (se inclui apenas salário ou também outras verbas)
- A forma de pagamento (à vista ou parcelado)
- Condições específicas que podem reduzir ou aumentar os valores
- Gatilhos que podem acionar automaticamente alterações nos valores
Estas cláusulas não são mera formalidade, são garantias financeiras que podem fazer enorme diferença na carreira e na vida do atleta.
Por isso, é essencial contar com assessoria jurídica especializada na análise e negociação destes valores antes da assinatura do contrato.
Direitos do Jogador Quando o Clube Rescinde o Contrato

Quando um clube decide encerrar antecipadamente o contrato de um jogador sem justa causa, o atleta possui uma série de direitos garantidos pela legislação.
Conhecer detalhadamente esses direitos é fundamental para evitar prejuízos financeiros significativos.
Direito à Cláusula Compensatória Desportiva
O principal direito do jogador nesta situação é o recebimento da cláusula compensatória desportiva:
- Valor de até 400 vezes o salário mensal, conforme estabelecido no contrato
- Deve ser paga integralmente, independentemente do tempo restante de contrato
- Não pode ser renunciada previamente pelo atleta
- Em caso de não pagamento, o jogador pode acionar a Justiça do Trabalho
Verbas Rescisórias Trabalhistas
Além da cláusula compensatória, o jogador tem direito a todas as verbas rescisórias previstas na legislação trabalhista:
- Saldo de salário: dias trabalhados no mês da rescisão
- Férias proporcionais + 1/3: calculadas sobre o período aquisitivo incompleto
- 13º salário proporcional: referente aos meses trabalhados no ano
- FGTS: saldo depositado + multa de 40% sobre o total
- Aviso prévio: indenizado, conforme regras da CLT
Direitos de Imagem Pendentes
Se o contrato incluir pagamento por direitos de imagem:
- Valores pendentes devem ser integralmente quitados
- A limitação legal de 50% da remuneração total deve ser respeitada
- O não pagamento pode caracterizar inadimplemento contratual
Luvas e Premiações
Valores referentes a luvas (bônus de assinatura) e premiações também devem ser considerados:
- Luvas parceladas: parcelas vincendas devem ser pagas proporcionalmente
- Premiações conquistadas: valores por títulos, classificações ou metas atingidas
- Bicho: premiações por resultados específicos já conquistados
Prazos para Pagamento
A Lei Geral do Esporte estabelece que:
- As verbas rescisórias devem ser pagas em até 10 dias após a rescisão
- O atraso no pagamento pode gerar multa e juros
- O não pagamento pode levar a sanções ao clube junto à CBF
Caso Real (Anonimizado)
Um meio-campista de um clube da Série B teve seu contrato rescindido unilateralmente quando ainda faltavam 18 meses para o término. Com salário de R$ 30.000,00 e cláusula compensatória de 200 vezes o salário, o atleta recebeu:
- R$ 6.000.000,00 de cláusula compensatória (200 x R$ 30.000,00)
- R$ 120.000,00 de verbas rescisórias trabalhistas
- R$ 270.000,00 de direitos de imagem pendentes
Total: R$ 6.390.000,00
Este exemplo demonstra a importância de conhecer seus direitos e ter uma cláusula compensatória bem negociada no momento da assinatura do contrato.
Rescisão por Atraso Salarial: Um Direito Garantido

Um dos motivos mais comuns para rescisão contratual no futebol brasileiro é o atraso no pagamento de salários.
A Lei Geral do Esporte trouxe avanços significativos nesta área, fortalecendo a posição do jogador diante da inadimplência dos clubes.
Quando o Jogador Pode Rescindir por Atraso Salarial
De acordo com o artigo 87 da Lei Geral do Esporte (Lei nº 14.597/2023):
“O atraso no pagamento de salário ou de contrato de direito de imagem por período igual ou superior a 2 (dois) meses é motivo para rescisão do contrato especial de trabalho desportivo, ficando o atleta livre para transferir-se para outra organização esportiva da mesma modalidade, nacional ou internacional.”
Isso significa que:
- O atraso deve ser de pelo menos 2 meses consecutivos
- Pode se referir ao salário ou ao pagamento de direitos de imagem
- A rescisão é considerada com justa causa por parte do clube
- O jogador fica livre para assinar com qualquer outro clube imediatamente
Procedimento para Rescisão por Atraso Salarial
Para garantir seus direitos, o jogador deve seguir um procedimento formal:
- Notificação formal: Enviar notificação extrajudicial ao clube, preferencialmente por meio de advogado, informando sobre o atraso e concedendo prazo para regularização
- Prazo para regularização: Conceder prazo razoável (geralmente 10 dias) para que o clube quite os valores pendentes
- Comunicação à federação: Informar a federação estadual e a CBF sobre a situação de inadimplência
- Pedido de rescisão indireta: Se o clube não regularizar a situação, formalizar o pedido de rescisão indireta do contrato
- Obtenção do atestado liberatório: Solicitar à CBF o documento que comprova a rescisão e permite a transferência para outro clube
Direitos Mantidos na Rescisão por Atraso Salarial
O grande diferencial da rescisão por atraso salarial é que o jogador mantém o direito a:
- Cláusula compensatória desportiva: mesmo valor que receberia se fosse dispensado sem justa causa pelo clube
- Verbas rescisórias trabalhistas: todas as verbas previstas na CLT
- Salários atrasados: todos os valores pendentes, com juros e correção monetária
- Multa por atraso: conforme previsto na legislação trabalhista
Atenção aos Prazos!
É fundamental observar os prazos para exercer este direito:
- O prazo prescricional para reclamar direitos trabalhistas é de 2 anos após o término do contrato
- Recomenda-se agir assim que completar o período de 2 meses de atraso
- A demora pode ser interpretada como perdão tácito
Caso Real (Anonimizado)
Um atacante de um clube da Série A enfrentou 3 meses de atraso no pagamento de salários e direitos de imagem. Após notificação formal e sem regularização por parte do clube, o jogador obteve a rescisão indireta do contrato, recebendo:
- R$ 3.600.000,00 de cláusula compensatória (120 x R$ 30.000,00)
- R$ 90.000,00 de salários atrasados
- R$ 135.000,00 de direitos de imagem atrasados
- R$ 110.000,00 de verbas rescisórias trabalhistas
Além disso, conseguiu transferência imediata para outro clube, sem necessidade de pagar qualquer valor ao clube anterior.
Este mecanismo representa uma importante proteção ao jogador, especialmente em um cenário onde a inadimplência ainda é realidade em muitos clubes brasileiros.
Como Proceder na Rescisão Contratual: Passo a Passo

Enfrentar uma rescisão contratual pode ser um momento delicado na carreira de um jogador de futebol.
Saber exatamente como proceder é fundamental para garantir que todos os direitos sejam respeitados e que o atleta possa seguir sua carreira sem entraves jurídicos.
Se o Clube Iniciar a Rescisão:
- Receba a notificação formal
- Exija que a comunicação seja feita por escrito
- Verifique se o documento especifica o motivo da rescisão
- Confira a data exata do encerramento do vínculo
- Reúna documentação essencial
- Contrato de trabalho e aditivos
- Comprovantes de pagamento dos últimos 12 meses
- Contratos de direito de imagem
- Comunicações anteriores com o clube
- Consulte um advogado especializado
- Leve toda a documentação para análise
- Verifique se a rescisão está em conformidade com a lei
- Calcule os valores devidos (cláusula compensatória e verbas rescisórias)
- Negocie os termos da rescisão
- Busque acordo sobre valores e forma de pagamento
- Solicite a liberação imediata para novo vínculo
- Formalize tudo por escrito, com testemunhas
- Homologação e documentação final
- Exija a homologação da rescisão no sindicato dos atletas
- Obtenha o atestado liberatório da federação
- Solicite a baixa na carteira de trabalho
Se o Jogador Iniciar a Rescisão (por justa causa do clube):
- Documente o motivo da rescisão
- Em caso de atraso salarial, reúna comprovantes da inadimplência
- Para outras infrações, junte provas documentais ou testemunhais
- Registre datas e circunstâncias detalhadamente
- Envie notificação extrajudicial
- Formalize a intenção de rescindir o contrato
- Especifique o motivo legal (atraso salarial, descumprimento contratual, etc.)
- Conceda prazo para regularização (geralmente 10 dias)
- Comunique à federação e à CBF
- Informe oficialmente sobre a situação
- Solicite o registro da pendência
- Peça orientações sobre procedimentos específicos
- Formalize a rescisão
- Após o prazo concedido, sem regularização, formalize a rescisão
- Exija o pagamento da cláusula compensatória e verbas rescisórias
- Solicite o atestado liberatório
- Considere a via judicial
- Se o clube resistir, prepare-se para ação trabalhista
- Reúna todas as provas e documentos
- Discuta com seu advogado a estratégia processual
Documentos Essenciais em Qualquer Rescisão:
- Termo de Rescisão de Contrato de Trabalho (TRCT)
- Guias para saque do FGTS
- Atestado Liberatório da federação
- Comunicação de Dispensa para Seguro-Desemprego (quando aplicável)
- Quitação da cláusula compensatória (ou acordo sobre pagamento)
Prazos Importantes:
- Pagamento das verbas rescisórias: 10 dias após a rescisão
- Baixa na Carteira de Trabalho: 10 dias
- Liberação do FGTS: imediata após a rescisão
- Contestação judicial: 2 anos após o término do contrato
Dicas Práticas:
- Nunca assine documentos sem ler ou sem orientação jurídica
- Guarde cópias de tudo que assinar ou receber do clube
- Mantenha registro de todas as comunicações (e-mails, mensagens, cartas)
- Evite discussões acaloradas ou declarações públicas durante o processo
- Considere o impacto na carreira antes de iniciar litígios públicos
Seguir corretamente estes passos pode fazer toda a diferença entre uma rescisão tranquila, com todos os direitos garantidos, e um processo desgastante que pode se arrastar por anos na Justiça.
Casos Reais: Exemplos de Rescisões Contratuais Bem-Sucedidas

Analisar casos reais de rescisões contratuais no futebol brasileiro pode trazer importantes lições para jogadores que enfrentam situações semelhantes.
Abaixo, apresentamos alguns exemplos anonimizados que ilustram diferentes cenários e suas resoluções.
Caso 1: Rescisão por Atraso Salarial com Indenização Integral
Situação: Um meio-campista de um clube tradicional da Série A enfrentou 3 meses consecutivos de atraso no pagamento de salários e direitos de imagem.
Ação tomada: O jogador, através de seu advogado, notificou formalmente o clube, concedendo prazo de 10 dias para regularização. Sem resposta, ingressou com pedido de rescisão indireta na Justiça do Trabalho.
Resultado: A Justiça reconheceu a justa causa por parte do clube e determinou:
- Pagamento integral da cláusula compensatória (R$ 4,8 milhões)
- Quitação dos salários atrasados com juros e correção
- Liberação imediata para assinar com outro clube
Tempo para resolução: 45 dias para decisão liminar; 8 meses para sentença definitiva
Lição aprendida: A documentação detalhada dos atrasos e a notificação formal foram decisivas para o sucesso do caso.
Caso 2: Negociação Bem-Sucedida em Rescisão Amigável
Situação: Um zagueiro com contrato de 3 anos recebeu proposta de um clube estrangeiro após completar apenas 1 ano de vínculo. Seu contrato tinha cláusula indenizatória de € 5 milhões para transferências internacionais.
Ação tomada: Em vez de pagar o valor integral da cláusula, o jogador e seu agente negociaram diretamente com o clube, propondo uma compensação menor, mas imediata, além de percentual em futura venda.
Resultado: Acordo para pagamento de € 2 milhões à vista, mais 20% de participação em futura transferência. O clube aceitou por estar enfrentando dificuldades financeiras e preferir uma entrada imediata de recursos.
Tempo para resolução: 3 semanas de negociação
Lição aprendida: Mesmo com cláusulas contratuais rígidas, há espaço para negociação quando a proposta traz benefícios para ambas as partes.
Caso 3: Disputa por Justa Causa Revertida
Situação: Um atacante foi dispensado por justa causa após faltar a dois treinos. O clube se recusou a pagar a cláusula compensatória de R$ 3,6 milhões.
Ação tomada: O jogador contestou judicialmente, apresentando atestados médicos que justificavam as ausências e comprovando que havia comunicado ao departamento médico do clube.
Resultado: A Justiça reverteu a justa causa, considerando desproporcional a punição aplicada. O clube foi condenado a pagar:
- Valor integral da cláusula compensatória
- Verbas rescisórias trabalhistas
- Danos morais de R$ 50.000,00 pela acusação infundada
Tempo para resolução: 14 meses
Lição aprendida: A documentação adequada (atestados médicos e comprovantes de comunicação) foi fundamental para reverter a justa causa.
Caso 4: Uso Estratégico da Lei Geral do Esporte
Situação: Um goleiro de um clube da Série B tinha contrato por mais 2 anos quando o clube atrasou o pagamento de direitos de imagem por 2 meses e 15 dias.
Ação tomada: Baseando-se na Lei Geral do Esporte, que considera atraso superior a 2 meses motivo para rescisão indireta, o jogador notificou o clube e solicitou a liberação junto à CBF.
Resultado:
- O clube tentou regularizar apenas os salários, mas a Câmara Nacional de Resolução de Disputas da CBF reconheceu que o atraso nos direitos de imagem também justificava a rescisão
- O jogador conseguiu transferência imediata para outro clube
- O caso foi resolvido na esfera desportiva, sem necessidade de ação trabalhista
Tempo para resolução: 30 dias
Lição aprendida: O conhecimento específico da Lei Geral do Esporte permitiu uma solução rápida e eficaz, sem necessidade de processo judicial demorado.
Fatores Comuns de Sucesso:
Analisando estes e outros casos bem-sucedidos, podemos identificar fatores que contribuem para resultados positivos:
- Documentação impecável de todas as comunicações e ocorrências
- Notificação formal antes de tomar medidas mais drásticas
- Assessoria jurídica especializada em direito desportivo
- Conhecimento detalhado da legislação específica
- Disposição para negociar quando benéfico para ambas as partes
Estes casos demonstram que, com a estratégia correta e o conhecimento adequado da legislação, os jogadores podem garantir seus direitos mesmo em situações adversas.
Como um Advogado Especializado Pode Ajudar

A complexidade da legislação esportiva, especialmente após a entrada em vigor da Lei Geral do Esporte, torna essencial o acompanhamento por um advogado especializado em direito desportivo.
Este profissional pode fazer toda a diferença na proteção dos direitos do jogador de futebol durante uma rescisão contratual.
Análise Preventiva de Contratos
Um advogado especializado pode atuar antes mesmo da assinatura do contrato:
- Verificar se as cláusulas compensatória e indenizatória estão adequadamente dimensionadas
- Analisar se há limitações ou condicionantes que possam prejudicar o atleta
- Garantir que o contrato de direito de imagem respeite o limite legal de 50% da remuneração total
- Incluir cláusulas de proteção específicas para o jogador
Durante a Vigência do Contrato
O acompanhamento jurídico contínuo permite:
- Monitorar o cumprimento das obrigações pelo clube
- Documentar adequadamente eventuais descumprimentos
- Orientar sobre a melhor forma de registrar ocorrências que possam justificar uma rescisão
- Avaliar propostas de transferência e suas implicações contratuais
No Momento da Rescisão
Quando a rescisão se torna inevitável, o advogado especializado:
- Calcula com precisão todos os valores devidos (cláusula compensatória, verbas rescisórias, etc.)
- Elabora notificações formais com fundamentação jurídica adequada
- Conduz negociações com o departamento jurídico do clube
- Representa o atleta perante federações, CBF e tribunais esportivos
- Avalia a necessidade de medidas judiciais e prepara a estratégia processual
Vantagens de Contar com Especialista em Direito Desportivo
Um advogado com experiência específica no setor esportivo oferece:
- Conhecimento das particularidades do meio: entende as dinâmicas do futebol e suas implicações jurídicas
- Rede de contatos no meio esportivo: facilita negociações e resolução de conflitos
- Familiaridade com jurisprudência específica: conhece precedentes que podem beneficiar o atleta
- Atualização constante: acompanha mudanças na legislação e regulamentos esportivos
- Abordagem multidisciplinar: combina conhecimentos de direito trabalhista, civil e desportivo
Quando Buscar Ajuda Jurídica?
O ideal é contar com assessoria jurídica desde o início da carreira, mas é especialmente importante buscar um advogado especializado:
- Antes de assinar qualquer contrato
- Ao receber propostas de transferência
- Quando houver atrasos de pagamento
- Imediatamente após receber notificação de rescisão
- Quando considerar solicitar rescisão por justa causa do clube
Investimento que Vale a Pena
Muitos jogadores hesitam em contratar assessoria jurídica especializada devido aos custos. No entanto, este é um investimento que frequentemente se paga:
- Um contrato bem analisado pode evitar perdas futuras de milhares ou milhões de reais
- Na rescisão, a diferença entre ter ou não assessoria especializada pode representar valores expressivos
- A orientação correta pode preservar não apenas direitos financeiros, mas também a continuidade da carreira
Caso Ilustrativo
Um jogador que recebia R$ 40.000,00 mensais foi dispensado sem justa causa com 18 meses restantes de contrato. Inicialmente, o clube ofereceu R$ 400.000,00 como “acordo”. Após contratar um advogado especializado, o atleta recebeu:
- R$ 4.800.000,00 de cláusula compensatória (120 x R$ 40.000,00)
- R$ 180.000,00 de verbas rescisórias trabalhistas
- Liberação imediata para assinar com outro clube
O investimento em assessoria jurídica representou menos de 5% do valor adicional recuperado.
A mensagem é clara: no complexo universo do direito desportivo, contar com orientação especializada não é luxo, mas necessidade para proteger adequadamente a carreira e os direitos do atleta profissional.
Conclusão: Proteja seus Direitos na Rescisão Contratual

Chegamos ao fim deste guia completo sobre os direitos do jogador de futebol na rescisão do contrato, e espero que agora você tenha uma visão clara e abrangente sobre como se proteger neste momento crucial da carreira.
Como vimos ao longo deste artigo, a Lei Geral do Esporte trouxe avanços significativos na proteção dos atletas, estabelecendo regras claras sobre cláusulas compensatórias, rescisão por atraso salarial e outros direitos fundamentais. No entanto, esses direitos só podem ser plenamente exercidos quando o jogador está bem informado e adequadamente assessorado.
Pontos-chave para lembrar:
- Conheça seu contrato: Entenda detalhadamente cada cláusula antes de assinar
- Documente tudo: Mantenha registro de comunicações, pagamentos e ocorrências
- Aja rapidamente: Em caso de atraso salarial ou descumprimento contratual, não espere a situação se agravar
- Busque orientação especializada: Um advogado com experiência em direito desportivo pode fazer toda a diferença
- Negocie com inteligência: Às vezes, um acordo bem negociado é melhor que um litígio prolongado
A carreira de um jogador de futebol é relativamente curta e cada decisão pode ter impacto significativo no seu futuro. Por isso, estar bem informado sobre seus direitos na rescisão contratual não é apenas uma questão legal, mas uma ferramenta essencial para o gerenciamento estratégico da sua carreira.
Não deixe que clubes e dirigentes decidam seu futuro!
Infelizmente, ainda é comum no futebol brasileiro que jogadores sejam prejudicados por desconhecerem seus direitos ou por não terem assessoria adequada. Clubes contam com departamentos jurídicos completos, enquanto muitos atletas enfrentam sozinhos momentos decisivos como a rescisão contratual.
É hora de equilibrar esse jogo!
Se você está enfrentando uma situação de rescisão contratual ou simplesmente quer se preparar para eventuais cenários futuros, não hesite em buscar orientação jurídica especializada. Um profissional qualificado poderá analisar seu caso específico e garantir que todos os seus direitos sejam respeitados.
Proteja sua carreira, proteja seu futuro!
Lembre-se: conhecimento é poder. E no caso dos direitos do jogador de futebol na rescisão do contrato, esse conhecimento pode representar não apenas a proteção da sua dignidade profissional, mas também a garantia de compensações financeiras a que você tem direito por lei.
Converse hoje mesmo com um advogado especializado em direito desportivo e garanta que seus direitos sejam integralmente respeitados!
Sua carreira merece essa proteção.
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