Recebi uma intimação da Justiça do Trabalho, e agora?

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Recebeu uma intimação da Justiça do Trabalho? Saiba o que fazer agora e evite os erros mais frequentes dos empregadores nessa situação.
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Recebeu uma intimação da Justiça do Trabalho? Saiba o que fazer agora e evite os erros mais frequentes dos empregadores nessa situação.

Se você recebeu uma intimação da Justiça do Trabalho, é normal estar se sentindo perdido ou assustado.

Ninguém espera abrir a porta da empresa e dar de cara com um oficial de justiça entregando um processo.

Mas a verdade é que isso acontece, e muito mais do que você imagina.

Nesse momento, surgem muitas dúvidas ao mesmo tempo:

“Preciso comparecer à essa audiência agendada? O que vai acontecer? Já estou sendo condenado? Como isso pode afetar minha empresa?”

É justamente aí que muita gente erra: por impulso, por medo ou simplesmente por não saber o que fazer.

Neste artigo, vamos conversar sobre os primeiros passos que você precisa tomar, o que significa essa intimação, os erros que devem ser evitados e, principalmente, como um advogado trabalhista pode te ajudar a atravessar esse processo com segurança e o menor impacto possível para sua empresa.

Vamos lá?

O que significa receber uma intimação da Justiça do Trabalho?

Antes de tudo entenda o seguinte: receber uma intimação da Justiça do Trabalho não quer dizer que sua empresa já perdeu alguma coisa.

O documento que você recebeu é uma convocação oficial que serve para avisar que alguém, geralmente um ex-funcionário, entrou com uma ação trabalhista contra sua empresa.

Essa intimação informa que haverá uma audiência (normalmente uma audiência inicial ou de conciliação), e que você precisa se apresentar naquela data designada, com ou sem advogado.

Mas atenção: comparecer sem um advogado trabalhista pode te colocar em desvantagem desde o começo do processo, então não faça isso!

É importante entender que esse não é apenas “mais um papel”, é um chamado da Justiça.

Ignorar o documento ou tentar resolver tudo sozinho pode piorar (e muito) a situação.

O que fazer imediatamente após receber a intimação da Justiça do Trabalho

Receber uma intimação da Justiça do Trabalho pode causar um verdadeiro nó na cabeça de qualquer empregador.

Mas agir com rapidez e consciência de cada passo faz toda a diferença.

Veja, abaixo, o que você deve fazer logo após ser citado.

Leia o documento com atenção e sem pressa

A primeira reação pode ser de nervosismo, mas é importante respirar fundo e analisar cuidadosamente o que chegou até você.

A intimação vai trazer informações importantes: o nome do reclamante (quem está movendo a ação), o número do processo, a vara do trabalho responsável, a data da audiência e a qualificação das partes.

Em alguns casos, o conteúdo da reclamação já estará anexo, o que permite entender do que exatamente sua empresa está sendo acusada.

Esses dados são importantes para que o advogado consiga montar a estratégia de defesa.

Por isso, guarde o documento com cuidado e, de preferência, envie uma cópia para o advogado que você escolheu para lhe acompanhar nessa jornada o mais rápido possível.

Não tente resolver o problema diretamente com o ex-funcionário

É muito comum que o empregador, por impulso ou boa intenção, tente “conversar” com o ex-colaborador que entrou com a ação.

Isso pode parecer uma tentativa de resolver amigavelmente, mas quase sempre se transforma em problema.

Tudo o que você disser fora dos autos pode ser mal interpretado ou distorcido, e, ainda, usado contra sua empresa durante o processo.

Além disso, o contato direto pode ser visto como pressão ou tentativa de intimidação, o que pode gerar ainda mais complicações.

A partir do momento em que há uma ação judicial em andamento, todo diálogo deve acontecer com a devida mediação jurídica.

Entre em contato com um advogado especialista na área trabalhista o quanto antes

Esse é, sem dúvidas, o passo mais importante.

Assim que você for citado, procure um advogado trabalhista de confiança e com experiência na defesa de empresas.

Não é recomendável esperar a audiência se aproximar para buscar ajuda: quanto mais cedo o profissional tiver acesso ao caso, mais tempo ele terá para analisar os documentos, entender os pontos críticos da ação e preparar a melhor estratégia.

Note, também, que a defesa deverá ser entregue no momento da primeira audiência, e, por isso, quanto mais tempo o advogado tiver, melhor será a qualidade da contestação (peça escrita de defesa).

O advogado pode, também, avaliar a viabilidade de um acordo antes da audiência, caso isso seja do interesse da empresa.

Organize todos os documentos relacionados ao vínculo trabalhista

A documentação é um dos pilares da sua defesa.

Separe tudo o que puder comprovar a legalidade da relação de trabalho e das decisões tomadas pela empresa.

Isso inclui:

  • Contrato de trabalho assinado;
  • Folhas de ponto e controle de jornada;
  • Comprovantes de salário, férias, 13º e demais verbas pagas;
  • Recibos de rescisão e de entrega de documentos;
  • Comunicação de demissão e justificativas (se houver);
  • Advertências, suspensões ou ocorrências internas relevantes.

Se possível, envie esses documentos ao advogado em formato digital e de forma organizada, para facilitar a análise.

Evite comentar o caso com terceiros ou expor a situação publicamente

Outra atitude que pode parecer inofensiva, mas que traz riscos, é comentar o processo com colegas, clientes ou nas redes sociais.

O processo ainda está no início, e qualquer exposição desnecessária pode prejudicar a imagem da empresa, ou, pior, virar munição para a outra parte.

Confidencialidade e discrição são fundamentais nessa etapa.

Tudo deve ser tratado com o seu advogado, que saberá o que pode ou não ser compartilhado, e como se posicionar, se necessário.

Erros mais comuns cometidos por empregadores ao receberem uma intimação trabalhista

Receber uma intimação da Justiça do Trabalho já é, por si só, desconfortável.

Mas o que pode tornar a situação ainda pior são as decisões precipitadas tomadas nos primeiros dias após o recebimento.

Muitos empregadores cometem erros que poderiam ser evitados, e que acabam aumentando significativamenteos riscos, os custos e o desgaste do processo.

Veja abaixo os erros mais frequentes que você deve evitar:

Ignorar a intimação ou achar que “isso não vai dar em nada”

Negar o problema, deixar a intimação de lado ou adiar a procura por ajuda especializada são atitudes extremamente perigosas.

Muitos empresários acreditam que a Justiça “vai entender o lado da empresa”, mas a realidade é que a ausência de uma defesa formal dentro do processo pode levar à revelia.

Isso significa que os pedidos do reclamante podem ser aceitos automaticamente, mesmo que sejam exagerados ou injustos.

Não responder ou não comparecer à audiência pode resultar em condenações extremamente pesadas, inclusive com bloqueio de contas ou penhora de bens.

Acreditar que qualquer advogado pode cuidar do caso

O Direito do Trabalho tem particularidades próprias.

Processos trabalhistas não seguem a mesma lógica de outras áreas do direito, e cada detalhe faz total diferença: prazo, forma de apresentação da defesa, argumentação, provas e até o comportamento na audiência.

Contratar um profissional que não domina a área pode parecer mais barato no início, mas certamente sai mais caro no final.

Um advogado trabalhista especializado na defesa de empresas vai saber como agir diante de cada situação, com base na jurisprudência atual, nos entendimentos dos tribunais e nas particularidades da vara onde o processo está tramitando.

Não apresentar provas suficientes ou deixar documentos de fora

Outro erro comum é entregar ao advogado apenas parte da documentação que possui.

A Justiça do Trabalho valoriza muito a produção de provas, e cabe ao empregador demonstrar que cumpriu suas obrigações.

Se faltar um recibo, um controle de ponto ou uma assinatura, o prejuízo pode vir na sentença.

Por isso, a organização documental precisa ser levada a sério desde o primeiro momento.

Um advogado competente vai lhe orientar exatamente sobre toda a documentação que deve ser separada e como apresentar isso da forma mais favorável possível.

Tentar fazer acordo diretamente, sem orientação jurídica

Embora o acordo seja, sim, uma solução viável em muitos casos, tentar negociar diretamente com o ex-funcionário pode piorar a situação.

Além de poder gerar provas desfavoráveis, esse tipo de contato pode ser considerado coação ou tentativa de manipulação do processo, o que pode prejudicar a imagem da empresa diante do juiz.

Com o apoio de um advogado, é possível avaliar se o acordo vale a pena ou não, qual o valor justo, e qual o melhor momento para propor ou aceitar uma negociação, com toda a segurança jurídica.

Como um advogado trabalhista pode ajudar sua empresa a enfrentar um processo trabalhista

Depois de receber uma intimação da Justiça do Trabalho, o próximo passo não é dar um Google na lei ou tentar resolver tudo com base na própria experiência.

O primeiro passo deve ser buscar quem realmente entende do assunto: um advogado especialista na área trabalhista.

Mas o papel desse profissional vai muito além de comparecer à audiência ou escrever uma defesa.

Ele é o ponto de equilíbrio entre o risco e a estratégia.

A seguir, vou lhe explicar como a atuação de um advogado pode mudar completamente o rumo de um processo trabalhista.

Análise completa do processo e identificação de riscos

Antes de qualquer movimentação no processo, o advogado faz uma leitura técnica da petição inicial (ou seja, da reclamação feita pelo ex-funcionário), identifica o que está sendo pedido, quais os pontos frágeis da acusação e onde podem existir riscos reais de condenação.

Ele também avalia quais são os documentos necessários para rebater cada ponto e, se possível, antecipa os argumentos que a outra parte pode usar.

É uma leitura estratégica, com base em legislação e experiência processual, que o empresário não conseguiria fazer sozinho.

Construção de uma defesa técnica com base na realidade da empresa

Cada empresa tem um funcionamento próprio, e muitas vezes os detalhes internos fazem toda a diferença na hora de explicar o que realmente aconteceu.

Um bom advogado vai entender a rotina do negócio, conversar com responsáveis do setor de RH (se houver), analisar os registros e montar uma defesa personalizada, clara e sólida.

Não se trata apenas de “negar” o que foi dito na ação.

A defesa precisa ser bem fundamentada, com provas, datas, coerência e, acima de tudo, estratégia.

Isso influencia diretamente na forma como o juiz vai analisar o caso.

Negociação estratégica de acordos, quando for o melhor caminho

Nem todo processo precisa ir até o fim.

Em muitos casos, fechar um acordo bem feito é muito mais vantajoso do que seguir com o litígio.

Mas essa decisão só pode ser tomada com base em uma análise cuidadosa de riscos, valores, contexto da ação e situação financeira da empresa.

O advogado trabalhista pode conduzir a negociação de forma técnica, protegendo os interesses do empregador e evitando cláusulas que possam gerar dor de cabeça no futuro.

E se a proposta da outra parte for abusiva, ele saberá dizer “não” com segurança e partir para uma defesa firme.

Atuação estratégica na audiência (e não apenas presença física)

A audiência é o momento em que as partes se encontram diante do juiz, e onde muitos processos são decididos.

A atuação do advogado aqui vai muito além de estar presente: ele deve conduzir o caso com firmeza, saber quando falar, o que destacar, como se comportar diante do juiz e como reagir a surpresas da outra parte.

Um advogado experiente sabe lidar com testemunhas, perguntas capciosas, juízes mais rígidos e situações delicadas.

Ele é sua voz ali dentro, e a diferença entre uma absolvição parcial, um acordo equilibrado ou uma condenação injusta pode estar nessa performance.

Redução de prejuízos financeiros e proteção da imagem da empresa

Muitas empresas acabam pagando muito mais do que deveriam por decisões mal orientadas.

Um advogado preparado pode evitar condenações desnecessárias, reduzir valores, excluir pedidos indevidos e até proteger a empresa de ações semelhantes no futuro.

Além disso, uma defesa bem feita protege a imagem da empresa perante a Justiça e o mercado.

Ser processado é algo que pode acontecer com qualquer negócio, mas a forma como se responde ao processo mostra o nível de profissionalismo da empresa, e isso tem reflexos reais, inclusive comerciais.

O que fazer depois da audiência e como manter sua empresa protegida até o fim do processo

A audiência é, sim, uma das fases mais importantes de um processo trabalhista, mas ela não encerra a disputa jurídica.

Após esse momento, o caso pode seguir para novas diligências, sentença, recursos e execução, caso haja condenação.

Por isso, o empregador precisa seguir atento, junto ao advogado, até que tudo esteja oficialmente encerrado.

Veja abaixo os cuidados essenciais que você deve adotar no pós-audiência:

Converse com seu advogado sobre tudo o que foi dito na audiência

Logo após sair da audiência, é importante fazer uma espécie de “balanço” com seu advogado: o que foi dito, o que foi aceito ou contestado pelo juiz, como se comportaram as testemunhas e qual a percepção geral do andamento do caso.

Esses elementos ajudam o advogado a prever os próximos passos e preparar a empresa para o que pode vir, seja uma sentença desfavorável, a necessidade de recorrer ou a abertura para uma nova tentativa de acordo.

Aguarde a sentença com tranquilidade, mas com acompanhamento jurídico

Após a audiência, normalmente o juiz irá proferir a sentença trabalhista, que é a decisão oficial sobre o caso.

O tempo para isso pode variar bastante, de algumas semanas a meses, dependendo da vara e da complexidade do processo.

Enquanto isso, o advogado continua acompanhando o andamento pelo sistema eletrônico e mantém o empregador informado.

Se houver condenação, será necessário avaliar com calma se vale a pena recorrer ou cumprir a decisão com agilidade para evitar multas e juros.

Caso haja condenação, cumpra as obrigações no prazo

Se o juiz decidir que a empresa deve pagar alguma quantia ou tomar alguma providência (como entregar documentos ou reconhecer vínculo), o cumprimento deve ser feito dentro do prazo legal.

Descumprir a sentença dentro do prazo previsto pode levar à fase de execução trabalhista, o que significa que a Justiça poderá buscar o valor de forma forçada com bloqueios em conta, penhora de bens ou outras medidas severas.

Evitar isso é fundamental para proteger a saúde financeira do negócio.

Aprenda com o caso e faça ajustes internos, se necessário

Por mais desgastante que um processo seja, ele também pode ser uma oportunidade de melhoria.

Junto ao advogado, vale a pena revisar práticas internas, identificar falhas em registros, contratos ou comunicação com funcionários, e implementar mudanças que evitem novos litígios.

Mesmo que você não tenha foco em prevenção, diminuir a chance de ser processado novamente é uma forma de economia real.

Um processo a menos por ano já representa menos desgaste, menos custos e mais tranquilidade para tocar o negócio.

Conclusão

Receber uma intimação da Justiça do Trabalho não é o fim do mundo, mas ignorá-la ou tratá-la com despreparo pode trazer consequências sérias para sua empresa.

O processo trabalhista é cheio de detalhes, prazos e exigências técnicas.

Por isso, mais do que tentar resolver tudo sozinho ou minimizar a situação, o ideal é agir com estratégia, responsabilidade e apoio de um profissional especializado desde o início.

Com a orientação de um advogado trabalhista experiente, é possível entender o que está em jogo, construir uma defesa sólida, evitar prejuízos desnecessários e resolver o processo com mais agilidade e segurança.

Então é isso, amigo empresário.

Espero que essas dicas tenham lhe ajudado.

E, se tiver mais alguma dúvida, fique a vontade para entrar em contato comigo.

Um abraço e até a próxima!

Saiba mais sobre como contratar um advogado trabalhista para sua empresa.

advogado Alfredo Negreiros
Advogado Alfredo Negreiros

Alfredo Antunes Negreiros, inscrito na OAB/CE sob o nº 43.475.

Sócio e fundador do escritório Alfredo Negreiros Advocacia.

Entusiasta de atividades físicas, apreciador de café, dedicado à família e amante de bons vinhos.

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