Acordo trabalhista: Tudo o que você precisa saber!

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Acordo trabalhista: entenda seus direitos, evite erros comuns e saiba como negociar o melhor acordo para proteger seus interesses.
Resumo em tópicos

Acordo trabalhista: entenda seus direitos, evite erros comuns e saiba como negociar o melhor acordo para proteger seus interesses.

Negociar um acordo trabalhista pode ser um momento decisivo na sua vida profissional.

Após dedicar um tempo da sua vida trabalhando para um empregador, é natural que você queira receber tudo o que tem direito.

Mas nem sempre o seu patrão está disposto a pagar tudo o que você acredita que ele lhe deve, deixando como única opção o acerto de um acordo.

Se você está passando por essa situação, saiba que é super normal sentir dúvidas e até insegurança sobre como vão ficar seus direitos e o que fazer para garantir o melhor desfecho.

Afinal, um acordo mal feito pode significar grandes prejuízos financeiros e até complicações futuras.

Mas fique tranquilo!

Neste guia completo, vou esclarecer tudo o que você precisa saber sobre acordo trabalhista: quando ele é vantajoso, como funciona, quais são seus direitos e como evitar erros que podem comprometer o resultado.

O que é acordo trabalhista?

O acordo trabalhista é um acerto formal entre empregado e empregador que visa encerrar um contrato de trabalho de forma amigável.

Ele pode ocorrer antes ou durante um processo na Justiça do Trabalho e tem o objetivo de definir como serão pagos os direitos do trabalhador, evitando disputas judiciais longas e desgastantes.

Com a Reforma Trabalhista de 2017 surgiu a regulamentação do acordo extrajudicial, permitindo que empregado e empregador negociem diretamente, sem precisar de um processo judicial.

No entanto, para garantir a validade e segurança do acordo, ele deverá ser homologado na Justiça do Trabalho.

Isso significa que um juiz avaliará os termos para garantir que os direitos do trabalhador não estejam sendo violados.

Apesar dessa possibilidade de fechar o acordo extrajudicialmente, eu devo dizer a você com a minha experiência que eu não indico que você, trabalhador, feche qualquer acordo sem estar acompanhado de um advogado da sua confiança.

É muito importante que você tenha alguém para representar os seus interesses, mesmo que decida não ingressar com ação trabalhista, pois só assim você pode ficar seguro que está fechando um bom acordo.

Já nos casos em que há uma ação trabalhista em andamento, o acordo judicial pode ser firmado dentro do processo.

Isso geralmente ocorre quando as partes entram em consenso sobre um valor justo para encerrar aquela disputa.

Independentemente do tipo de acordo, é essencial que o trabalhador tenha bastante clareza sobre os seus direitos e não aceite condições desfavoráveis.

É por isso que um advogado que seja de fato especialista na área trabalhista pode ajudar bastante a garantir que o acerto que você vai assinar seja realmente vantajoso e seguro para você.

Quando é vantajoso fechar um acordo trabalhista?

Fechar um acordo trabalhista pode ser uma boa escolha, mas é essencial avaliar se ele realmente trará benefícios para você.

Um dos principais fatores a considerar é o tempo que uma ação judicial pode levar.

Processos trabalhistas, mesmo bem fundamentados, podem se arrastar por meses ou anos, enquanto um acordo permite que o trabalhador receba os valores de forma mais rápida e segura.

Além disso, há casos em que a empresa demonstra disposição para pagar uma quantia realmente justa, evitando desgastes emocionais e financeiros decorrentes de uma disputa prolongada.

Outro ponto importante é o risco envolvido em uma ação.

Nem sempre há garantia de vitória, e dependendo do caso, um juiz em determinada comarca pode interpretar a situação de forma diferente do esperado.

A incerteza é a única certeza do processo judicial.

Por isso, aceitar um acordo equilibrado em algumas situações pode ser a melhor alternativa.

Além disso, o acordo pode ser essencial para quem precisa contar com o dinheiro rapidamente.

Em muitos casos, o trabalhador está sem renda nenhuma, e aguardar uma decisão judicial pode não ser viável.

No entanto, é fundamental ter cautela.

Aceitar um acordo sem uma análise cuidadosa pode significar abrir mão de direitos importantes.

Por isso, sempre busque um advogado trabalhista para negociar ao seu lado e lutar pelos seus interesses.

Quais são os tipos de acordo trabalhista?

Existem diferentes tipos de acordo trabalhista, e cada um tem regras e implicações específicas.

Como eu lhe expliquei acima, após a Reforma Trabalhista o acordo extrajudicial se tornou bastante comum.

Ele acontece quando empregado e empregador negociam diretamente os termos da rescisão do contrato, sem a necessidade de um processo judicial.

Esse tipo de acordo precisa ser homologado pela Justiça do Trabalho, garantindo que os direitos mínimos do trabalhador sejam respeitados.

Outro tipo bastante comum é o acordo judicial, que ocorre dentro de um processo trabalhista já em andamento.

Muitas vezes, empregado e empregador entram em consenso antes do julgamento, estabelecendo um valor para encerrar aquela ação.

Existe ainda o acordo dentro da rescisão por comum acordo, uma modalidade criada pela Reforma Trabalhista que é bem menos frequente.

Nesse caso, empregado e empregador concordam com o encerramento do contrato de trabalho, ou seja, tanto o empregador quer lhe demitir quanto você quer pedir a demissão.

Nessa siituação, o trabalhador recebe 50% do aviso prévio e da multa do FGTS, além de poder sacar até 80% do saldo do fundo.

No entanto, ele perde o direito ao seguro-desemprego, o que pode ser um fator muito importante a se considerar antes de aceitar esse tipo de rescisão.

Independentemente do tipo de acordo, é fundamental analisar cada proposta com atenção e buscar orientação jurídica para garantir o respeito aos seus direitos.

Quais são os principais erros ao fechar um acordo trabalhista?

Fechar um acordo trabalhista pode ser bastante vantajoso, mas, infelizmente, muitos trabalhadores cometem erros que comprometem seus direitos e resultam em prejuízos.

Um dos equívocos mais comuns é assinar um acordo sem entender todas as cláusulas.

Muitos termos jurídicos podem ser complexos, e algumas empresas incluem condições que desfavorecem demais o trabalhador.

Por isso, jamais assine um documento sem ler atentamente.

Outro erro frequente é aceitar valores muito abaixo do que realmente tem direito.

Algumas empresas tentam reduzir ao máximo os pagamentos no acordo, oferecendo quantias muito menores do que as previstas por lei.

Se você não faz nem ideia dos seus direitos, se torna muito fácil lhe prejudicar.

É comum que empresas que lhe devam R$ 50.000,00 em verbas rescisórias queiram lhe dar apenas R$ 2.000,00.

Por isso, é essencial calcular corretamente as verbas rescisórias, incluindo saldo de salário, 13º proporcional, férias e eventuais adicionais.

E considerar, ainda, a questão do seguro desemprego.

Se o valor parecer muito baixo, desconfie e revise os cálculos antes de aceitar.

Também é arriscado não exigir garantias para o cumprimento do pagamento.

Caso o acordo preveja parcelamento, é importante que esteja claro no documento as datas de vencimento e possíveis penalidades para o descumprimento.

Além disso, muitos trabalhadores abrem mão de direitos sem necessidade, como o saque do FGTS ou a multa rescisória, sem avaliar o impacto financeiro dessa decisão.

Em alguns casos, a pressa para encerrar o vínculo faz com que o empregado aceite termos desvantajosos sem uma análise cuidadosa.

Por fim, um erro que considero muito grave é não buscar assessoria jurídica.

Um advogado especialista pode identificar armadilhas no acordo, negociar melhores condições junto à empresa e garantir que o trabalhador não saia prejudicado.

Então evite cometer esses erros e muito provavelmente você irá fechar um acordo justo.

Como eu posso garantir um bom acordo?

Se eu puder resumir a resposta para essa pergunta com apenas um conselho seria: busque um advogado especialista na área trabalhista para caminhar ao seu lado nessa jornada.

A negociação de um acordo envolve aspectos jurídicos complexos, e um erro pode custar caro.

É importante contar com um escudeiro, alguém que falará por você, alguém que conhece a lei a fundo e sabe exatamente quais estratégias podem ser usadas para garantir o melhor desfecho.

Um advogado trabalhista experiente não apenas assegura que você não abra mão de direitos essenciais, mas também pode negociar valores mais justos e evitar cláusulas abusivas que prejudiquem seu futuro.

Além disso, a presença de um advogado traz mais credibilidade à negociação.

Muitas empresas, ao perceberem que o trabalhador está bem assessorado, tendem a agir de maneira mais cautelosa e a respeitar mais os seus direitos.

Isso significa que você terá muito mais segurança e poder de barganha.

Outro ponto essencial é que um especialista saberá analisar cada detalhe do acordo, garantindo que ele esteja bem redigido e livre de ambiguidades que possam dificultar sua execução no futuro.

No fim das contas, um acordo trabalhista não é apenas um papel assinado — é o documento que garante que você sairá de uma relação de trabalho de forma digna e justa.

E para isso, nada melhor do que ter ao seu lado alguém que entende do assunto e está ali para defender seus interesses da melhor forma possível.

Perguntas frequentes sobre acordo trabalhista

Muitas dúvidas surgem na hora de fechar um acordo trabalhista.

Para ajudar, separei as respostas para as perguntas mais comuns sobre o tema.

1. O empregador pode me obrigar a aceitar um acordo?

Não.

O acordo trabalhista deve se dar de forma voluntária entre as partes.

Então, se o empregador tentar forçar um acordo ou pressioná-lo a aceitar valores abaixo do devido, busque um advogado imediatamente.

2. O que acontece se a empresa não cumprir o acordo?

Se o acordo for homologado pela Justiça do Trabalho e a empresa não pagar os valores combinados, o trabalhador pode entrar com a execução, e a empresa poderá sofrer penalidades, como multas e bloqueio de bens.

3. Posso recorrer depois de aceitar um acordo?

Depende do tipo de acordo.

Se houve homologação na Justiça, em geral, não é possível recorrer, pois o trabalhador renuncia ao direito de seguir com o processo.

Por isso, é fundamental analisar bem as condições do acordo antes de assinar.

4. O acordo trabalhista dá direito ao seguro-desemprego?

Se o acordo for uma rescisão por comum acordo (prevista na Reforma Trabalhista), o trabalhador não tem direito ao seguro-desemprego.

Mas, se for um acordo dentro de um processo trabalhista que reconheça a demissão sem justa causa, o benefício pode ser mantido.

5. O FGTS é pago integralmente no acordo?

Depende.

Na rescisão por comum acordo, o trabalhador pode sacar apenas 80% do saldo do FGTS e recebe multa de 20% em vez de 40%.

Já se o acordo envolver demissão sem justa causa, a empresa pode ter que pagar a multa de 40% e liberar o saque integral.

6. O pagamento do acordo pode ser parcelado?

Sim, mas deve estar bem especificado no documento, com datas e valores definidos.

A Justiça do Trabalho costuma permitir parcelamentos, mas é essencial garantir que a empresa cumpra o combinado.

7. É obrigatório ter um advogado para fazer um acordo trabalhista?

Em regra, sim.

Para homologar um acordo extrajudicial, por exemplo, a lei exige que tanto o trabalhador quanto o empregador estejam representados por advogados para garantir que os direitos sejam respeitados.

Conclusão

Fechar um acordo trabalhista pode ser um caminho mais rápido e tranquilo para resolver pendências da relação empregatícia.

Mas, para que ele seja realmente vantajoso, é essencial analisar todos os detalhes com cuidado.

Infelizmente, muitos trabalhadores acabam aceitando propostas ruins por falta de informação ou pela pressa de receber o dinheiro.

Se você está passando por essa situação, não tome uma decisão impulsiva.

Avalie a proposta com calma, tire todas as dúvidas e, se precisar, busque ajuda profissional para lhe assessorar.

Lembre-se que um bom acordo é aquele que garante seus direitos e evita dores de cabeça no futuro.

E, se tiver alguma dúvida, não deixe de entrar em contato comigo.

Um abraço e até a próxima!

Saiba mais sobre como funciona o processo trabalhista.

advogado Alfredo Negreiros
Advogado Alfredo Negreiros

Alfredo Antunes Negreiros, inscrito na OAB/CE sob o nº 43.475.

Sócio e fundador do escritório Alfredo Negreiros Advocacia.

Entusiasta de atividades físicas, apreciador de café, dedicado à família e amante de bons vinhos.

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